Wagner Moura, orgulho brasileiro

Wagner Moura fez sua estreia, em Hollywood, mostrando o talento e a competência que vêm marcando sua carreira.

O Olavo da novela “Paraíso Tropical”, o Capitão Nascimento do filme “Tropa de Elite”, o Hamlet da complexa peça de Shakespeare, só para citar alguns, foram personagens cuidadosamente construídos e interpretados. Wagner Moura é inteiro em cada papel que representa.

Para quem acompanha a sua carreira, a performance no primeiro filme americano não causa surpresa. Ele não faria feio. E não fez. Contracena de igual para igual com Matt Damon e Jodie Foster. Ao lado da também talentosa Alice Braga.

O filme “Elysium” se passa em 2154, momento em que a humanidade encontra-se dividida. Os ricos habitam uma luxuosa estação espacial, com mansões, serviços médicos de incrível e avançadíssima tecnologia capazes de curar as mais sérias enfermidades. Já os pobres habitam o planeta Terra, uma multidão de mulheres e homens que carecem de todos os serviços essenciais.

Os pobres tentam de toda maneira chegar a “Elysium”. Uma mãe sonha em ver a filha, vítima de leucemia, curada por uma das máquinas reparadoras presentes em qualquer mansão de “Elysium”. A personagem de Matt Damon também quer se curar de uma terrível radiação. Wagner Moura faz o papel de um líder, um misto de chefe criminoso com revolucionário, que tenta conduzir imigrantes ilegais. Repito, atuação impecável.

O enredo não difere das tantas angústias de conviver em cidades separadas pelo muro da desigualdade. De um lado, os ricos que têm toda a sorte de oportunidades; de outro, os pobres que têm, não raro, os seus talentos desperdiçados.

Vale a pena assistir e refletir. Vale a pena indignar-se. Vale a pena aplaudir o talento de mais um ator brasileiro que não se constrangeu de cruzar fronteiras e de mostrar a nossa arte, a arte brasileira.

Por Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 27/9/2013

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